A partir do crescimento do movimento
ambientalista, surgem novos argumentos contra os hábitos ostensivos,
perdulários e consumistas, deixando evidente que o padrão de consumo das
sociedades ocidentais modernas, além de ser socialmente injusto e moralmente
indefensável, é ambientalmente insustentável. A biotecnologia pode
desempenhar um papel importante para atingir as metas da sustentabilidade. São
descritos diferentes exemplos bem-sucedidos de micro-organismos especialmente
desenhados para aperfeiçoar a produção de etanol, a produção de plásticos
biodegradáveis a partir de recursos renováveis e a biorremediação de metais
tóxicos. Esses processos biotecnológicos contribuem significantemente para
promover o desenvolvimento sustentável, embora possam, por enquanto, não ser
ainda competitivos em relação às tecnologias convencionais.
A biotecnologia não se trata apenas de
experimentos em laboratório ou de experimentos relacionando seres vivos a
processos tecnológicos. A Biotecnologia é tudo aquilo que lida com a
manipulação de seres vivos ou parte deles. Como exemplo de processos
biotecnológicos (clássicos), podemos citar a fabricação de queijo, álcool
combustível, vinho e cerveja, produtos obtidos com a participação de enzimas,
bactérias e leveduras. Atualmente, essa área da ciência visa à manipulação
genética de organismos ou de suas partes, assim como à criação de vacinas e ao
combate a pragas e doenças.
A biotecnologia está relacionada à modificação genética de
alimentos, que é apenas uma das
aplicações dessa ciência. A adoção da biotecnologia no setor primário já está
promovendo um uso mais eficiente desse recurso natural. O cultivo de plantas
geneticamente modificadas (GM) tolerantes a defensivos químicos racionaliza a
água usada para as pulverizações.
Outra consequência positiva indireta da adoção
de transgênicos na agricultura é a redução da emissão de CO2 na atmosfera.
Isso acontece porque, como as lavouras GM tem manejo facilitado, há menos
necessidade do uso das máquinas agrícolas, reduzindo, assim, o uso de
combustível responsável pela liberação do CO2. Adicionalmente, há o benefício
associado da preservação do solo que é menos compactado por esse maquinário. As
vantagens agronômicas que as sementes transgênicas oferecem resultam em menos
perdas em razão de plantas invasoras ou ataques de insetos, e isso significa
aumento de produtividade por área plantada. Em última análise, a biotecnologia
reduz a pressão por novas áreas agricultáveis, preservando, dessa maneira,
também as florestas e vegetações nativas que sequestram carbono e mitigam os
efeitos do aquecimento global.
Estimular o plantio de árvores, a
reciclagem de lixo, a coleta seletiva, o aproveitamento de partes normalmente
descartadas dos alimentos como cascas, folhas e talos; assim como o
desenvolvimento de cursos, palestras e estudos que informem e orientem todos os
cidadãos para a importância da participação e do engajamento nesses projetos e
nessas soluções simples para fomentar a sustentabilidade e a conservação do meio
ambiente.
O mais
importante de tudo é educar e fazer com que o cidadão comum entenda que tudo o
que ele faz ou fará; gerará um impacto no meio ambiente que o cerca. E que só
com práticas e ações que visem a sustentabilidade dessas práticas; estará
garantindo uma vida melhor e mais satisfatória, para ela mesma, e para as
gerações futuras.
Portanto “não é a
diversidade da natureza, ou da vida em si, o que vem sendo recentemente
revalorizado. São as partículas genéticas, ou a informação nelas contida, o que
tem valor estratégico para as biotecnologias avançadas”. (ALBAGLI, 1998). Com
isso, ainda são necessários estudos mais sólidos, para que se reconheçam os
impactos negativos dessa tecnologia tão atuante na sociedade atual, com
implicações sobre o meio ambiente e a saúde humana.
ALBAGLI, Sarita.
Da biodiversidade à biotecnologia: a nova fronteira da informação, 1998. Disponível
em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-19651998000100002&script=sci_arttext>