BILINGUISMO E EDUCAÇÃO DE SURDOS
As
realidades psicossocial, cultural e linguística devem ser consideradas pelos
profissionais ao se propor o bilinguismo. A escola (professores,
administradores e funcionários) deve estar preparada para adequar-se à
realidade assumida e apresentar coerência diante do aluno e da sua família. A
família deve conhecer detalhadamente a proposta para engajar-se adequadamente.
Os profissionais que assumem a função de passarem a informações necessárias aos
pais devem estar preparados para explicar que existe uma comunicação visual (a
língua de sinais) que é adequada à criança surda, que essa língua permite que à
criança tenha um desenvolvimento da linguagem análogo ao de crianças que ouvem
que essas crianças podem ver sentir, tocar e descobrir o mundo em sua volta sem
problemas, que existem comunidades de surdos; enfim, devem estar preparados
para explicar aos pais que eles não estar diante a uma tragédia, mas diante de
uma outras forma de comunicar que envolve uma cultura e uma língua
visual-espacial. Deve-se garantir à família a oportunidade de aprender sobre a
cultura surda e sua língua, com meta de modificar essa realidade para
um futuro de inclusão.
“Um
deficiente auditivo não pode adquirir uma língua falada como língua nativa
porque ele não acesso a um sistema de monitoria que forneça um feedback constante
para sua fala. A língua falada sempre será um fenômeno estranho para o surdo,
nunca algo natural. Os deficientes auditivos, provavelmente experimentam um
grau considerável de ansiedade ao
usar a língua oral porque eles não têm nenhuma forma de controlar a propriedade
técnica e social de sua fala, exceto através de movimentos lábias e da relação
de pessoas a sua fala. O deficiente auditivo apesar de contar com expressões
faciais e movimentos corporais, não possui uma das fontes de informação mais rica
da língua oral: monitorar sua própria fala e elaborar sutilezas através da
entonação , volume de voz, etc. “(1986. p.79-80)”.